06 abril 2006

Salut


Olá,


Eis-me de novo pelas lusas terras, com as baterias um pouco mais carregadas (ou será descarregadas? nunca compreendo bem o efeito das férias em mim). De qualquer modo Paris é sempre Paris venha-se de lá extenuado, exasperado, stressado ou simplesmente preenchido, é uma cidade a que pertenço definitivamente (numa daquelas reencarnações, em que já te disse não acreditar, terei sido por certo parisiense e terei vivido em Montmartre, quase de certeza na Place Emile Goudeau junto ao Bateau-Lavoir, em pleno início de século XX (perdoa-me a soberba da escolha do tempo e lugar mas não me consegui impedir, foi mais forte do que eu possivelmente porque parte de mim se sente permanentemente lá e as vivências seriam mais do que marcantes).
Mas deixo-me de falar de mim e de Paris (sobre Paris teria sempre assunto, sobre mim os tópicos acabarão sempre na efemeridade de umas quantas palavras e por isso restrinjo-me ao momento que vai passando).
Diz-me antes de ti, não tens dado notícias. Sei que deves andar atarefada na eminência da tua viagem e por certo o tempo encurta, acumula-se as minuências que ateimam sempre em aparecer quando tudo já se espera concluído; mas o que seriam as viagens sem tudo isto? já fui de planear tudo mas acabei por desistir, agora preparo apenas o essencial e deixo o resto ao desígnio dos deuses, resta-me sempre algo de novo.
E termino mais uma curta missiva que te escrevo, desta vez de uma biblioteca (o meu acesso à internet em casa teima em não funcionar), constrangido pelo tempo de utilização a que me limitaram.
Fico assim na espera das tuas palavras, antes da tua partida, nem que seja apenas para saber como te encontras.

Beijos