02 maio 2006

Futuro

O teu exercício sobre um contínuo renascer das águas, da paz que se conquista nos momentos conseguintes, fez-me pensar sobre o que a mim me faria morrer e renascer.
A plenitude que te envolve depois do baptismo, como as paredes do vácuo envolvem o universo lembram-me um sentimento remoto.
Nostalgia de amigo perdido.
Já não é a primeira vez que te tento escrever.
E que depois me falta a coragem.
Deambulo pela blogosfera e surpreende-me que as pessoas estejam cheias de coisas para dizer, umas mais interessantes que outras.
Mas que tentem dizer o que lhes acontece é bonito e digno de admiração.
Parece que só sei escrever quando as coisas me tocam, quando me acontecem coisas comigo lá dentro.
Cada vez mais só sou efectiva naquilo de que estou próxima.
O resto perco a coragem ou preciso tanto de imaginação que fico cansada só de fazer um rascunho.
O que não quer dizer que não abra os noticiários e que não veja que, um pouco por todo o mundo, grassa a falta de espaço para os seres humanos se realizarem enquanto tal.
Sei que há um dia em que vou sair deixar o sítio onde nasci.
E sublinho que não será para a morte.


P.S. Quando a foto que sugeriste estiver pronta, eu também estou. Para a tentar fazer falar.